Somos a Inês e a Gabriela, duas finalistas do curso de Medicina da Universidade do Minho, que no passado mês de Julho voamos até ao país onde passaríamos o mês mais feliz das nossas vidas. Destino: Moçambique.
Fomos em colaboração com a Fábrica de Lentes FIBO e a Óptica Titã apoiar o Centro Laura Vicuña, obra da fundadora Irmã Lucília Teixeira, situado na província de Inhambane, em Inharrime.
O Centro é constituído por um orfanato e um internato que acolhe cerca de 120 meninas órfãs ou cujas famílias não têm possibilidades de as sustentar. Partimos com o intuito de realizar rastreios de visão às meninas e membros da comunidade de Inharrime que Precisassem da nossa ajuda. A todos os que fossem detetadas alterações, ofereceríamos óculos. Na verdade, acabamos por fazer muito mais do que isso.
A nossa história começou no dia 1 de Julho com a aterragem do voo QR1362 na capital das terras Moçambicanas. Desde esse momento até ao final da experiência todos os dias foram de aprendizagem, de reflexão e de autoconsciência.
Moçambique, com uma área aproximadamente 8 vezes maior que Portugal, é atravessado de norte a Sul por uma única estrada nacional- A estrada Nacional 1. Após uma viagem de 5 horas e meia, nada melhor do que uma recepção calorosa por parte das meninas e das irmãs Salesianas, a quem temos um agradecimento especial a realizar por toda a generosidade.
Durante as 4 semanas que estivemos no Centro Laura Vicuña todos os dias foram muito ricos e recompensadores. Tivemos a oportunidade de integrar a vida moçambicana nas mais diversas vertentes: ajudar na padaria do Centro, “O Pão do Viajante”, dar apoio no estudo às meninas nas mais variadas disciplinas, providenciar explicações de Português a alunos da Escola Laura Vicuña, organizar a pequena farmácia do Centro e realizar rastreios de visão. Em todos estes momentos vivenciámos verdadeiramente a cultura deste país.
Realizamos um total de 74 rastreios de visão tendo sido um dos nossos maiores desafios durante a estadia. Neste país a posse de óculos de visão é culturalmente visto como um bem valioso e, como tal, foi preciso destreza da nossa parte para distinguir entre reais problemas de visão e um mero desejo de possuir óculos. Desta forma, dos 74 rastreios realizados, serão oferecidos 4 pares de óculos à comunidade de Inharrime. Faz hoje 1 mês que regressamos da Vila de Inharrime. Regressamos das castanhas de caju, da cana doce, da tapioca, da mandioca, dos machibombos, das chapas e do my love.
Regressamos dos pés descalços, das danças e das tranças. Regressamos, mas uma parte de nós ficou lá. No final desta experiência acabamos por receber muito mais do que o que oferecemos!
Um agradecimento especial ao Eng° Manuel Monteiro por todo o apoio, por nos ter proporcionado tudo isto. Estamos eternamente agradecidas. Kanimambo!
Gabi e Inês