As coisas simples são as mais bonitas
O testemunho da Margarida, que foi voluntária da AIP em Maio 2023 na Namaacha, no Colégio Maria Auxiliadora.
É tão bom relembrar o mês que passei em Moçambique, mais precisamente na Namaacha. Quando recordo esse período penso na palavra amor e ao refletir sobre o porquê, apercebo-me que essa vivência foi mesmo repleta de muito amor. Quando queremos fazer voluntariado temos sempre a crença, assim como na vida, que daremos de nós sem esperar receber nada em troca porque essa é a única e verdadeira definição de generosidade. Sinto que nas quatro semanas que lá estive recebi muito mais do que aquilo que dei, vivi momentos divertidos e inesquecíveis de muita brincadeira, abraços, beijinhos, partilha, paz, aprendizagem, crescimento e descoberta. Durante aquele tempo vivi e absorvi a cultura e os costumes de um país diferente, um povo único e uma vivência diferente da minha realidade. Fortifiquei a minha crença que as coisas simples são as mais bonitas e que não precisamos de muita coisa para sermos felizes, pois no Colégio tive muitos exemplos de como pequenas coisas trazem tanta felicidade. Nos olhos das meninas e no dia a dia que se vive lá.
Da machamba, ao machibombo, ao my love, à chapa, ao txopela, o mata-bicho, os mulungos, o mulandi, até ao kanimambo. Tudo palavras que começaram a fazer parte do meu vocabulário e que as relembro com o maior carinho deste mundo. Não podia fazer este testemunho sem agradecer às Irmãs a gentileza de me terem acolhido na sua casa que a senti como fosse minha, com todo o respeito. Que fazem o melhor que podem com os recursos que têm pelas meninas, sendo os alicerces de uma grande família. São as Irmãs também um exemplo para as meninas transmitindo-lhes valores e saber.
E as meninas, aí as meninas! Roubaram o meu coração, elas que são as maiores beijoqueiras, as que nos receberam de braços abertos e com um sorriso na cara, as que dão uns abraços enormes e cheios de carinho, as que correm para nós para nos fazerem tranças no cabelo, que pedem para assistir e se forma uma multidão em segundos, que pedem ajuda para os trabalhos, para deitar, para vestir, que são cheias de vida e de amor. Vivi uma experiência única por me ter desafiado a fazer o voluntariado que queria há tanto tempo e sinto que há uma pessoa antes e depois da experiência que tive. Partilhá-lo com uma amiga foi ainda mais especial. Agradeço bastante à AIP mas acima de tudo à Rita que sempre se disponibilizou em tudo. Kanimambo a todas as pessoas que tornaram isto possível e a todas as pessoas que tornaram o mês que estive em Moçambique tão especial e inesquecível. Sou muito grata.